Só vale a pena se for assim...
“Ao anoitecer, terminado o dia, a aldeia se reúne na praça, entre dois cafés, a grande árvore, a fonte e a rua que leva ao porto”.
As pessoas passam, se olham, cumprimentam-se, sorriem, somem, voltam, vão se sentar ... A noite cai... Silêncio. Os homens começam a conversar.
Então, quase sempre após um lapso de tempo, o tom se eleva: discussões, brigas, ninguém está de acordo, incompreensão. Certas noites, a desordem é generalizada, violenta e sem razão. Quando no dia seguinte, se pergunta o que houve... Respondem: "trocamos palavras, nos desentendemos!"
São da mesma raça, do mesmo meio social, da mesma idade... E as palavras têm para cada um uma significação diferente. As mesmas palavras. Mito de Babel !
Em outras noites, o silêncio se prolonga. Depois um homem se levanta e dança, depois um outro, um terceiro. Os outros olham, mas seus olhos afirmam sua união profunda, sua participação total. A dança continua até tarde da noite, os dançarinos se revezam de tempos em tempos e, quando todos finalmente voltam para casa, a unidade permanece, a alegria é genuína e o repouso, completo... A dança é união. União do homem com seu próximo.
A dança é um mito: ritual sagrado, ritual social. Encontramos na dança essa dupla significação..."
As pessoas passam, se olham, cumprimentam-se, sorriem, somem, voltam, vão se sentar ... A noite cai... Silêncio. Os homens começam a conversar.
Então, quase sempre após um lapso de tempo, o tom se eleva: discussões, brigas, ninguém está de acordo, incompreensão. Certas noites, a desordem é generalizada, violenta e sem razão. Quando no dia seguinte, se pergunta o que houve... Respondem: "trocamos palavras, nos desentendemos!"
São da mesma raça, do mesmo meio social, da mesma idade... E as palavras têm para cada um uma significação diferente. As mesmas palavras. Mito de Babel !
Em outras noites, o silêncio se prolonga. Depois um homem se levanta e dança, depois um outro, um terceiro. Os outros olham, mas seus olhos afirmam sua união profunda, sua participação total. A dança continua até tarde da noite, os dançarinos se revezam de tempos em tempos e, quando todos finalmente voltam para casa, a unidade permanece, a alegria é genuína e o repouso, completo... A dança é união. União do homem com seu próximo.
A dança é um mito: ritual sagrado, ritual social. Encontramos na dança essa dupla significação..."
(Garaudy, Roger – 1980 – “Dançar a Vida”)
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